Pesquisas do Departamento de Geografia sobre covid-19 são destaque em periódico internaciona

Imagem: foto da capa da revista Duas pesquisas realizadas pelo Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará são destaque no Journal of Latin American Geography (JLAG), periódico da Conference of Latin American Geography (CLAG). Os artigos Volunteered Geographic Information generates new understandings of covid-19 in Fortaleza e As organizações religiosas brasileiras frente à pandemia de Covid-19 estão disponíveis na edição de julho da publicação.

Elaborado no âmbito do Laboratório de Geoprocessamento e Cartografia Social (LABOCART), o artigo Volunteered Geographic Information generates new understandings of covid-19 in Fortaleza apresenta os resultados parciais do Mapeamento participativo da covid-19 em Fortaleza. A partir da análise de 12 mil respostas coletadas em um questionário eletrônico no período de 8 a 10 de abril de 2020, os pesquisadores puderam mapear os bairros da capital cearense com maiores taxas de casos suspeitos ou confirmados da doença e conhecer a opinião das pessoas sobre isolamento social.

O estudo utiliza informações geográficas voluntárias (VGI, na sigla em inglês) para mostrar a disseminação da pandemia em Fortaleza. A partir das respostas, os pesquisadores elaboraram mapas da cidade destacando aspectos como: número de casos confirmados de covid-19; quantidade de casos suspeitos da doença; bairros com maiores taxas de casos suspeitos ou confirmados da covid-19; quantidade de pessoas no grupo de risco; e número de pessoas que consideram importante o isolamento social.

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Apesar de 97,5% dos entrevistados pela pesquisa considerarem o isolamento social como medida importante de enfrentamento ao coronavírus e mais de dois terços indicarem que todos na sua residência estavam praticando o isolamento social no período indicado, 31% dos voluntários que preencheram o questionário afirmaram que nem todos da sua residência cumpriam adequadamente tal medida e 1% autodeclarou que não fazia o isolamento.

“Os principais motivos [para as pessoas não cumprirem o isolamento social] incluem: realizar atividades remuneradas (trabalho formal ou informal), comprar alimentos, remédios e pagar contas, e rejeitar a ideia de que o isolamento social é importante para conter a covid-19”, destaca a pesquisa.

O artigo é assinado pela Profª Adryane Gorayeb, coordenadora da pesquisa, e pelo Prof. Jader de Oliveira Santos, além do doutorando Wallasson de Souza e dos graduandos Hércules da Cunha, Regina da Silva, Romullo Mesquita, Lucas Libério, Francisco Silva, Sarah Maia e Christian Mota, todos do Departamento de Geografia. Paulo Gorayeb e Narcélio de Sá também assinam a pesquisa como egressos dos departamentos de Estatística e de Geografia, respectivamente.

COVID-19 E RELIGIÃO – Na mesma edição do periódico, pesquisadores do Laboratório de Estudos Geoeducacionais e Espaços Simbólicos (LEGES), também do Departamento de Geografia da UFC, analisaram as principais medidas adotadas pelas instituições religiosas no contexto da pandemia do novo coronavírus. “Como regular o funcionamento de organizações religiosas quando as medidas de distanciamento social atingem a liberdade de culto?”, questionam os estudiosos no artigo As organizações religiosas brasileiras frente à pandemia de covid-19.

A publicação divide as instituições religiosas em quatro agrupamentos: católicos, evangélicos, espíritas e afros, e entidades orientais e indígenas, mostrando as principais ações adotadas por elas durante o período de 15 de março a 15 de abril, primeiro mês de distanciamento social no Brasil. “Neste período, rastreamos via páginas oficiais, Facebook e Instagram de comunidades religiosas institucionais e notas emitidas por representações oficiais das organizações quais as medidas tomadas para proteger (ou não) seus membros diante da pandemia”, destaca Christian Dennys de Oliveira, coordenador do LEGES.

O artigo mostrou a diversidade das organizações religiosas e as diferenças de opiniões sobre a pandemia. Enquanto algumas organizações recomendavam seguir novas regras de conduta, adequando-se às medidas sanitárias, outras ignoravam as determinações de autoridades governamentais de suspender atividades presenciais.

A partir do levantamento, os pesquisadores procuraram analisar “percepções, leituras, combates e silenciamentos” das religiões em relação à pandemia do coronavírus. “De um lado, atividades religiosas permanecem indispensáveis para a gestão de uma economia política atrelada pelo patrimonialismo das movimentações monetária e eleitoral. De outro, as formas de crença com fragilidades da condição de cidadania podem dar às organizações religiosas um papel preventivo essencial na quarentena, ainda que nutrindo todo fundamentalismo das organizações cristãs frente às não cristãs”, concluem.

Além do Prof. Christian Dennys de Oliveira, assinam o artigo os docentes Fabrício Américo (IFCE), Ivo Luís Silva (IFCE), Luiz Raphael Silva (SEDUC), José Arilson de Souza (UEMA), Camila Benatti (UEMS), a mestranda Gerlaine Franco e o doutorando Marcos da Silva, do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFC, além de Maryvone Gomes, mestra pelo PPG Geografia/UFC.

Fontes: Profª Adryane Gorayeb, coordenadora do LABOCART ‒ e-mail: adryanegorayeb@yahoo.com.br; Prof. Christian Dennys, coordenador do LEGES ‒ e-mail: cdennys@gmail.com

Colações de grau dos concludentes de 2020.1 são realizadas pela Internet; veja como fazer a solicitação

Imagem: Banner com ícones que representam um estudante com roupa de colação de grau, um diploma e aparelhos de mídias digitais (Imagem: Pixabay)Rápida, segura e inteiramente digital. Assim está sendo a outorga de grau dos concludentes do semestre letivo 2020.1 na Universidade Federal do Ceará. Em razão da pandemia do novo coronavírus, a assinatura da lista de colação agora é realizada por meio do Sistema Eletrônico de Informações (SEI). Cada estudante tem o acesso liberado exclusivamente para este fim.

Alunos com todos os requisitos cumpridos para a conclusão do curso podem colar grau. Para isso, devem fazer a solicitação à coordenação de cada curso, em qualquer período, no decorrer da execução do Plano Pedagógico de Emergência (PPE). Não há datas preestabelecidas nem solenidades presenciais. As colações são efetivadas logo após o deferimento e a finalização do processo na Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD).

Para solicitar colação de grau, os concludentes devem encaminhar à coordenação de curso os seguintes documentos:

  • Solicitação de outorga de grau 2020.1 (modelo disponível para download);
  • Solicitação de outorga de grau regular (modelo disponível para download);
  • Documento de identidade com foto (um destes: carteira de identidade, carteira de trabalho e previdência social, carteira de conselho profissional, identidade funcional expedida por órgão público, passaporte, registro nacional de estrangeiro, carteira nacional de habilitação);
  • Certidão de quitação eleitoral (emitido a partir do site do Tribunal Superior Eleitoral – TSE);
  • Carteira de reservista ou outro documento que comprove a quitação com o serviço militar, se o aluno for do sexo masculino;
  • Certidão “nada consta” da Biblioteca Universitária (que pode ser solicitada pelos e-mails bu@ufc.br e daa.bu@ufc.br, ou pelo Whatsapp 85 3366 9507);
  • Documento oficial que comprove a grafia do nome do aluno, inclusive com sinais ortográficos, caso a grafia que conste no documento de identidade com foto anexado à ficha de solicitação de outorga de grau regular esteja incorreta ou desatualizada.

As instruções para assinatura da lista de colação no SEI e a senha de acesso ao sistema são informadas aos concludentes por e-mail, após o processo ser analisado e deferido pela PROGRAD. Por isso, é imprescindível que o estudante indique na solicitação de outorga de grau regular um e-mail válido, que seja verificado constantemente.

No dia determinado para a colação de grau, durante o horário estabelecido, os formandos assinam eletronicamente a lista digital. Em seguida, o reitor da UFC, Prof. Cândido Albuquerque, os diretores e coordenadores de curso das unidades acadêmicas envolvidas, bem como a pró-reitora de Graduação, Profª Ana Paula Medeiros, assinam a ata de colação de grau.

O edital assinado pelo reitor conferindo grau aos estudantes que assinaram a lista é publicado no site da PROGRAD. Já a certidão de colação de grau é disponibilizada para emissão no Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA) no dia útil seguinte após a colação de grau.

Fonte: Gabinete da Pró-Reitoria de Graduação – gabinete@prograd.ufc.br

UFC recebe doação de 1.500 máscaras de proteção facial para ajudar no enfrentamento à covid-19

Reitor Cândido Albuquerque com o Prof. Ariel Scafuri e o chefe de gabinete Fernando Henrique na ReitoriaPara contribuir com o enfrentamento à covid-19, a Universidade Federal do Ceará recebeu, na quinta-feira (25), um carregamento de equipamentos de proteção individual (EPI’s), totalizando 1.500 face shields (máscaras protetoras faciais). Os itens chegaram por meio de doação do Grupo de Apoio aos Médicos e Agentes de Saúde (GAMA), através da intermediação do professor do Departamento de Morfologia da Faculdade de Medicina (FAMED), Ariel Gustavo Scafuri.

O GAMA é um projeto nacional formado por voluntários da sociedade civil em parceria com empresas e instituições de ensino, como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Insper. O projeto realiza a produção em escala de face shields para doação aos serviços de saúde.

O vice-reitor da UFC, Prof. Glauco Lobo, informou que o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 fará uma reunião na próxima terça-feira (30) para definir a distribuição dos equipamentos. “Faremos um levantamento criterioso para decidir o melhor destino. A UFC está com diversas ações de combate à covid-19, com a realização de testes e atendimentos, então os profissionais que estão nestas atividades, em Fortaleza e no Interior, são prioridades”, informa.

O Prof. Ariel Scafuri, que tem graduação em Medicina e doutorado em Morfologia pela Universidade de São Paulo (USP), conseguiu a doação por meio dos contatos que mantém na USP com profissionais que integram hoje o projeto GAMA. “Estes equipamentos consegui através do contato com Karol Luchesi, que é do projeto. Ela me disponibilizou 1.860 face shields, dos quais, 1.500 destinei à UFC, em 18 caixas”, explica o professor.

Scafuri já recebeu outras doações de máscaras de proteção do projeto, as quais encaminhou para instituições como o Instituto Dr. José Frota (IJF) e o Frotinha. “É uma enorme satisfação poder servir de canal para disponibilizar esse material à Universidade. Com certeza, os equipamentos vão ser bem utilizados por essa administração”, destacou.

O reitor Cândido Albuquerque recebeu, na Reitoria, o material. “Queria agradecer ao professor a doação, através do projeto GAMA, desses EPI’s. Esse material chega num momento muito oportuno. Nós estamos precisando realmente de EPI’s, e é muito bom que o professor Ariel tenha tido essa sensibilidade de, devotado à nossa Universidade, ter-nos doado esse material”, reconheceu.

Fonte: Gabinete do Reitor -‒ e-mail: greitor@ufc.br

Sistema de previsão da COVID-19 criado na UFC indica estabilização da curva de óbitos em julho

Imagens gráficas de vírus vistos de um microscópioEstudos recentes de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará têm acompanhado de perto a conjuntura de saúde pública diante da pandemia do novo coronavírus. Análises sugerem que, por ora, há motivos para celebrar vitórias parciais nessa batalha. Segundo o Prof. André de Almeida, do Departamento de Engenharia de Teleinformática da UFC, projeções atualizadas para a COVID-19 em Fortaleza confirmam que o platô de contaminações foi alcançado no final de maio. Isso significa que o número diário de casos diagnosticados da doença tem se mantido estável, dando margem para uma resposta mais efetiva do sistema de saúde. 

“Acreditamos que a velocidade de novos casos tem apresentado uma redução, o que indica que a curva de infectados deve cair na Capital cearense neste mês”, afirma. O pesquisador desenvolveu o Sistema de Monitoramento Preditivo (SIMOP), modelo matemático inovador que acompanha a evolução da COVID-19 na Capital cearense. Almeida integra um grupo de trabalho composto por docentes do Centro de Tecnologia da UFC e pelo Observatório da Indústria, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

O SIMOP considera os impactos de casos assintomáticos, de subnotificações, da taxa de testagem, da saturação de leitos de enfermaria e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e a evolução das hospitalizações. O sistema condensa dados da plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual de Saúde, e se propõe a compilar uma série de informações complexas, para embasar tecnicamente a tomada de decisão dos gestores públicos.

Gráfico com a curva de óbitos por coronavírus dividida em três fasesPANDEMIA – Outro indicador da COVID-19 apontado diz respeito ao quantitativo de vítimas fatais pelo novo coronavírus. Desde meados de março, época do início da pandemia no Ceará, a curva de óbitos diários vinha subindo rapidamente, demonstrando o elevado registro de mortes no período e o grau de letalidade da doença. Para o próximo mês, entretanto, o SIMOP prevê que a maior parte dos óbitos em Fortaleza provavelmente já terá acontecido. 

“A curva mostra que estamos atualmente em uma fase de redução na velocidade de óbitos, e as projeções apontam para uma redução ainda maior desse número a partir de julho. Em torno do dia 15 de julho, aproximadamente 90% dos óbitos previstos deverão ter ocorrido, o que indica uma estabilização da pandemia na Capital“, explica.

TESTAGEM – Para acompanhar a trajetória da COVID-19 e definir estratégias de combate à pandemia, especialistas do mundo inteiro têm recomendado ampliar a oferta de testes de diagnóstico. Dessa maneira, é possível identificar os casos, mapear os possíveis contatos com pessoas infectadas e conter o avanço da doença. Entre a metade de março e a metade de abril, André Almeida destaca que houve um alto índice de subnotificação de casos em Fortaleza, com um número de infectados de 20 a 25 vezes maior, se comparado à estatística oficial.

“Com o passar do tempo, o aumento na quantidade dos testes realizados na população, sobretudo nos casos sintomáticos, fez com que o desvio entre as projeções do SIMOP e os números oficiais caísse para patamares bem baixos, indicando, portanto, que a subnotificação de sintomáticos caiu bastante”, define.

Gráfico que mostra a redução da taxa de ocupação de leitos dos atuais 90% para 65%DEMANDA HOSPITALAR – Um resultado importante da pesquisa avalia também a pressão causada sobre o sistema de saúde por conta do fluxo de pacientes infectados com o coronavírus. Pelos cálculos do SIMOP, entre 30 de maio e 24 de junho, a taxa de ocupação de leitos específicos para a COVID-19 em Fortaleza poderá cair dos atuais 90% para 65%. O Prof. André reforça que os dados se referem apenas à Capital, e não avaliam possíveis situações de colapso no atendimento hospitalar em municípios do Interior do Estado.

O pesquisador alerta que as futuras previsões do sistema podem se modificar, dependendo da adesão ao isolamento social, do aumento na quantidade de testes e da flutuação na disponibilidade de leitos. Nas próximas etapas da pesquisa, serão incluídos simulações de contato social, junto com o monitoramento da flexibilização da quarentena e da retomada gradual da economia.

“Acredita-se que a fase mais crítica de sobrecarga no sistema de saúde tenha passado. Não se pode descartar completamente uma segunda onda de contaminações, por isso, ainda precisamos manter o distanciamento social. A reabertura de atividades econômicas precisa ser feita com muita cautela, priorizando setores com menor risco, ou seja, aqueles que não acarretem aglomerações. É fundamental que a sociedade e o setor produtivo cumpram com rigor diretrizes e protocolos estabelecidos, procurando reduzir ao máximo situações de contato social”, conclui.

Confira vídeo explicativo com as previsões atualizadas do SIMOP

Leia mais: Pesquisadores investigam contágio da COVID-19 em Fortaleza; platô ocorrerá ainda em maio 

Fonte: Prof. André de Almeida, do Departamento de Engenharia de Teleinformática (DETI) da UFC – e-mail: andre@gtel.ufc.br

UFC se prepara para aplicação de 13 mil testes rápidos de COVID-19 na comunidade universitária

Imagem: exame sorológico de covid-19A Universidade Federal do Ceará dá início, até a semana que vem, à realização de testes rápidos para COVID-19 entre estudantes e servidores docentes e técnico-administrativos. A expectativa é a de que sejam aplicados inicialmente, de forma gratuita, 10 mil testes ao longo de, no máximo, três meses. Qualquer pessoa da comunidade acadêmica poderá participar, obedecendo a diretrizes traçadas pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) e Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE).

Os exames fazem parte do lote de 13.460 testes rápidos adquiridos pela UFC. Os recursos foram viabilizados a partir da gestão do reitor Cândido Albuquerque, pelo Ministério da Educação (MEC), que garantiu a liberação de R$ 1.413.300,00 para essa ação de combate à pandemia.

Os exames são feitos através da coleta de sangue. Eles permitem a identificação de anticorpos IgM e IgG e podem ser aplicados em qualquer pessoa, independentemente de ser caso suspeito ou não. O vice-reitor da Universidade Federal do Ceará, Prof. Glauco Lobo, coordena a ação. Ele explica que a ideia é aplicar os testes em grande parte da comunidade acadêmica. O objetivo é principalmente epidemiológico.

A maior parte deles deve ser aplicada na Faculdade de Medicina (FAMED). O Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) já reservou estrutura especial para a realização dessas atividades. “Lá, temos capacidade de realizar pelo menos 100 testes por dia”, diz o vice-reitor da UFC. Além de na FAMED, os exames também devem ser realizados na Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem (FFOE).

A testagem deve ocorrer por fases. Segundo o vice-reitor, em um primeiro momento deve-se adotar o critério de idade, por ser universal. Dentro desses critérios, servidores docentes e técnico-administrativos serão contatados pela PROGEP, e estudantes, pela PRAE, para saber se têm interesse em participar do exame.

A partir disso, as duas pró-reitorias envolvidas irão elaborar um calendário, organizando grupos de 100 pessoas, com agendamento de dia e hora para aplicação. Todos os interessados serão contatados, posteriormente, pela Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), quando receberão informações sobre como proceder. A orientação aos interessados, portanto, é aguardar essas comunicações.

Para que sejam corretamente notificados, a STI orienta que os usuários mantenham atualizado o e-mail vinculado ao usuário do SI3. Para checar essa informação, o usuário deve realizar o acesso ao SI3 (SIGAA ou SIGRH) e selecionar a opção “Alterar e-mail ou senha”, disponibilizado no menu superior à direita.

A primeira fase dessa ação teve início no começo de maio, quando foram aplicados testes rápidos nos alunos das residências universitárias da UFC e nos beneficiados com auxílio-moradia. Esses testes haviam sido obtidos a partir de uma articulação da Reitoria com o Hospital São José.

Fonte: Prof. Glauco Lobo, vice-reitor da UFC ‒ e-mail: vreitor@ufc.br

UFC Talks: Quais os impactos da COVID-19 para o meio ambiente?

 

A política de quarentena causada pela COVID-19 tem provocado impactos positivos no meio ambiente: redução na poluição atmosférica das grandes cidades e de rios e mares, na caça e pesca predatória, na poluição sonora. Na quarta entrevista da série UFC Talks, que aborda os desdobramentos da COVID-19, a conversa é com o professor Marcelo Soares, doutor em Geociências, pesquisador do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) e cientista-chefe do Meio Ambiente do Estado do Ceará (FUNCAP).

O pesquisador diz que ainda não é possível dimensionar o impacto global desse fenômeno, defende que economia e meio ambiente estão interligados e faz um alerta sobre os cenários possíveis pós-pandemia. Em um deles, destaca, é possível que a urgência de retomada econômica sirva como argumento para a exploração econômica predatória dos recursos naturais. Acompanhe a conversa:

ufc{talks}  – Com a política de isolamento social, há vários relatos de redução da poluição, seja no ar, seja nos oceanos. Já é possível dimensionar isso?

Marcelo Soares – Ainda não é possível dimensionar em uma escala global. Mas é lógico que a paralisação econômica tem reduzido desde a poluição sonora, passando pela emissão de resíduos de origem industrial, até a poluição atmosférica nas grandes cidades, devido à restrição do transporte público e de atividades econômicas. Nos oceanos, por exemplo, tem havido uma redução da navegação tanto de barcos de transporte quanto de cruzeiros, o que diminui os impactos da poluição marinha. É possível que venha a ser dimensionado em escala adequada, porque muitos pesquisadores continuam coletando dados. Agora, com certeza, tem acontecido uma redução da poluição neste período devido à paralisação dessas atividades.

Imagens de satélite monstram a redução de gases na Itália entre 11 de janeiro e 20 de março

ufc{talks}  – Quais os efeitos dessa redução para o ser humano e para o meio ambiente?

Marcelo Soares – Os efeitos são variados. Há uma redução da poluição atmosférica nas grandes cidades, o que é favorável ao ser humano porque a poluição atmosférica é uma das principais razões de doenças respiratórias, câncer e vários outros tipos de enfermidades. Pesquisas em Fortaleza mostraram alto risco de exposição a contaminantes que causam câncer devido a caminhadas nas avenidas nos horários de pico dos engarrafamentos. A melhoria da qualidade da água em alguns locais é outro ponto importante, porque água poluída é vetor de inúmeras doenças e perda de áreas de recreação. Essa redução da poluição atmosférica e aquática, aliás, é favorável à saúde do ser humano e à de diversas outras espécies. A paralisia das atividades de caça e pesca, por exemplo, permite aos animais reproduzirem naturalmente dentro de seus ciclos. Dependendo do tempo em que essas atividades fiquem paralisadas, é possível que a gente observe o aumento da quantidade de animais, que tinha caído devido à forte pressão econômica, insustentável, que estava sendo feita. Além disso, neste ano, provavelmente veremos uma redução da emissão dos gases de efeito estufa no Planeta.

ufc{talks}  – O senhor aponta uma retomada ambiental, mas que se dá ao custo da atividade econômica. É possível uma compatibilização?

Marcelo Soares – Temos visto muita polarização entre a economia e a saúde, um argumento sem sentido de que fazer ações de saúde é acabar com a economia, ou o contrário. Pode-se perfeitamente ter a manutenção da saúde e de ganhos financeiros para as pessoas, o que alguns governos têm tentado fazer ao redor do mundo neste período crítico. Esse mesmo raciocínio temos de aplicar para a área ambiental: é possível, sim, manter as atividades econômicas e a qualidade ambiental, as espécies, sua sustentabilidade. Até porque uma depende da outra.

A gente pensa que a degradação ambiental não afeta as atividades econômicas, mas isso não é verdade. Vou dar dois exemplos bem simples: o primeiro é que o impacto econômico das mudanças climáticas, que é proveniente da degradação ambiental, será muito maior do que o do coronavírus. Nada menos que 50% das praias do mundo devem acabar até 2100. Imagine o impacto econômico, de lazer, turístico e social de perder metade das praias. Uma pessoa que nasça agora em 2020, quando tiver 80 anos, não terá 50% das praias do mundo para conhecer. Atividades turísticas, comércio, pesca, estradas, serviços e o patrimônio imobiliário terão perdas bilionárias devido às mudanças ambientais e climáticas.

Essa pandemia da Covid-19 esrá relacionada também a uma crise ambiental

No Ceará, temos, além das mudanças climáticas, a ocupação de dunas, construções irregulares e o barramento de rios, que aceleram este processo. 40% das praias do Ceará já se encontram em erosão. Outra questão: as mudanças climáticas e o aquecimento global estão aumentando a temperatura em muitas regiões do Planeta. Isso está levando ao aumento de doenças. Por exemplo, uma crise que a Europa pode ter nos próximos anos é com as doenças tropicais negligenciadas (como dengue, chikungunya e doença de Chagas), atualmente mais restrita aos países de clima quente.

Porém, com o aumento da temperatura do Planeta, várias dessas doenças tropicais começaram a aparecer na Europa. E o sistema de saúde europeu não está preparado. A mesma situação pode acontecer com várias doenças aqui no Brasil. Tudo isso devido, em parte, às mudanças climáticas. Veja que a degradação ambiental prejudica muito a saúde pública e a economia. Está tudo interligado. 

ufc{talks}  – Quando o pico do novo coronavírus passar, quais os desafios de longo prazo? O que é possível esperar?

Marcelo Soares – Teremos dois cenários possíveis: a COVID, como pandemia, pode levar a um processo de depressão econômica em muitos países, o que vai causar desemprego e problemas fiscais. Então, é possível que, após a COVID, muitos líderes econômicos e políticos tentem usar isso como argumento para acelerar a degradação do meio ambiente, numa exploração econômica de curto prazo para aumentar rapidamente o estoque de empregos e a arrecadação de impostos em detrimento da qualidade ambiental. Esse é um cenário muito ruim.

Outra possibilidade é que, após a COVID, possamos acelerar a transformação como sociedade, compatibilizando as atividades econômicas, numa economia de baixo carbono para que impeçamos essa caminhada das mudanças climáticas e da emergência das doenças. A gente está vendo que essa pandemia da COVID está relacionada também a uma crise ambiental, ao uso de animais selvagens.

Isso vai acontecer cada vez mais e as crises serão mais comuns. Especialistas em doenças infecciosas emergentes vêm alertando há décadas que a fragmentação e degradação do habitat e os mercados de animais vivos aumentam o risco de doenças que se espalham da vida selvagem para as populações humanas.

O surgimento de muitas das enfermidades do nosso tempo, HIV, Ebola, Nipah, SARS, H5N1 e outras, pode ser atribuído, pelo menos em parte, ao aumento do impacto humano sobre os sistemas naturais. Cada vez que a gente degrada mais as florestas e os oceanos, cada vez que se usam mais os recursos naturais, novas doenças aparecem. Talvez, após a crise, possamos ter um novo cenário, um novo mundo, em que se consiga um novo modelo econômico compatível com a conservação ambiental.

Quer saber mais sobre o assunto? Acesse bit.ly/3fpwFLo

MEAC e HUWC recebem doação de 5 mil equipamentos de proteção individual da Grendene

Imagem: Máscaras e aventais estão entre os produtos doados pela Grendene (Foto: Banco de Imagens do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh)O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), integrantes do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará e da rede de hospitais universitários federais gerenciados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), receberam a doação de mais de 5 mil unidades de equipamento de proteção individual (EPI) para seus profissionais de saúde. Os EPIs, recebidos no último dia 7, foram doados pela empresa Grendene a partir de articulação entre a administração superior da UFC e o empresário Júlio Ventura.

Os lotes constam de 2.000 protetores faciais1.080 protetores para os pés1.020 aventais brancos descartáveis e 1.020 toucas, que vão reforçar o estoque do HUWC e da MEAC. O superintendente do Complexo Hospitalar da UFC/EBSERH, Prof. Carlos Augusto Alencar Júnior, faz questão de registrar “agradecimento especial” tanto ao reitor da UFC, Prof. Cândido Albuquerque, e ao vice, Prof. Glauco Lobo, como à direção da empresa Grendene. Para o superintendente, os equipamentos são absolutamente essenciais para proteger aqueles trabalhadores que atuam neste contexto da COVID-19.

Para ele, esse tipo de colaboração vinda da sociedade é da maior importância. “Termos ao lado da gente empresas, pessoas físicas e jurídicas que sejam capazes de nos auxiliar, nos impulsionar a fazer aquilo que mais sabemos fazer, que é cuidar bem das pessoas, é fundamental”, diz. Acrescenta que doações serão bem-vindas.

Sempre com o compromisso de bem assistir seus pacientes, o Complexo Hospitalar inaugurou, em 20 de abril, sua unidade própria de atendimento a casos suspeitos ou confirmados de COVID-19. A unidade comporta 11 leitos de enfermaria e 6 leitos de UTI destinados a pacientes que apresentem sintomas de síndrome gripal e passem a se tornar suspeitos de COVID-19 durante o período de internação no HUWC ou na MEAC.

Além disso, atento às medidas de segurança, o complexo mantém esforços para manutenção da garantia de EPIs e realizou, no mês passado, a compra de 5.858 kits de teste rápido, quantidade que atende todo o quadro de colaboradores, de todos os vínculos, incluindo residentes.

COMO FAZER DOAÇÕES – Caso pessoas físicas ou jurídicas, a exemplo da Grendene, tenham interesse em colaborar fazendo doações de insumos e equipamentos (a legislação não permite doações em dinheiro), os contatos podem ser feitos com a Gerência Administrativa do Complexo Hospitalar UFC/EBSERH pelo celular institucional (85) 99136 3905.

Leia mais: Criada plataforma que agrega todas as ações de enfrentamento ao novo coronavírus na UFC 

Fonte: Prof. Carlos Augusto Alencar Júnior, superintendente do Complexo Hospitalar da UFC/EBSERH – fone: (85) 3366 8601

Complexo Hospitalar da UFC realiza empréstimo de equipamentos para rede pública de saúde

Imagem: O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) é uma das unidades do Complexo Hospitalar, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH)Em mais uma ação de enfrentamento do novo coronavírus (COVID-19), a Universidade Federal do Ceará realizou empréstimo de equipamentos disponíveis em seu Complexo Hospitalar, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), para a rede de saúde pública do Estado do Ceará, que hoje lida com os problemas causados pela pandemia do vírus.

Ao todo, foram disponibilizados 11 respiradores pulmonares13 ventiladores mecânicos, acompanhados de 15 válvulas e 26 circuitos, insumos próprios para o seu funcionamento; e 1 aparelho cardioversor, utilizado para a conversão de ritmos cardíacos.

Os respiradores foram solicitados pelo hospital Leonardo da Vinci, equipamento particular requisitado pelo Governo do Estado para servir como unidade de emergência no combate ao vírus.

Já os ventiladores, solicitados pela Secretaria Executiva de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional do Estado, serão utilizados no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), enquanto o cardioversor, pedido pela Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, servirá às unidades hospitalares da Capital. Os equipamentos ficarão sob empréstimo até durar a pandemia de COVID-19.

APOIO – O reitor da UFC, Prof. Cândido Albuquerque, ressalta que a Universidade tem trabalhado constantemente para ajudar no combate ao vírus. “A população cearense pode ter a certeza de que a Universidade Federal do Ceará está colaborando ativamente, sempre que possível, para auxiliar os gestores públicos na oferta de respostas à crise sanitária provocada pelo coronavírus”, afirmou.

“Contamos, também, com as instituições públicas, empresas privadas e movimentos da sociedade civil organizada para obter mais recursos que potencializem nossas pesquisas e ações extensionistas de enfrentamento da pandemia e promoção da saúde através da ciência“, concluiu o reitor.

Para o superintendente dos Hospitais Universitários da UFC/EBSERH, Prof. Carlos Augusto Alencar, o momento de pandemia pede que as unidades de saúde da UFC atuem para prestar toda a assistência necessária à população. “Os hospitais da UFC têm a missão de ensino, mas também de assistência, e não podemos nos furtar dessa realidade. Faremos o que pudermos para apoiar a população cearense”, disse.

“Se tínhamos aparelhos que não estavam sendo utilizados e que foram recuperados [por meio de parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC)], achamos que era mais conveniente eles estarem servindo ao público do que parados”, pontuou.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional – e-mail: ufcinforma@ufc.br

Pesquisadores do Centro de Tecnologia alertam sobre necessidade de intensificar isolamento social

Professor Jorge Soares (acervo pessoal)Nenhuma flexibilização das políticas de distanciamento é razoável antes de junho, considerando-se os dados atualmente disponíveis e mesmo as previsões mais otimistas. O alerta é feito pelos professores do Centro de Tecnologia da UFC Jorge Soares e Lucas Babadopulos, em comunicado intitulado “Quatro mensagens sobre a COVID-19 no Ceará”, divulgado no último dia 4 de maio. Para os pesquisadores, os modelos existentes também indicam que não deve haver retorno ao normal logo em seguida, mas sim um processo paulatino da retomada das atividades econômicas.

“Os modelos ajustados aos dados atuais, incluindo os que têm previsões mais otimistas (sugerindo saída do isolamento em junho), precisam que se mantenha ou que se reforce o atual cenário de distanciamento até a data prevista, quando deverá ser reavaliado se a previsão otimista se confirmou. Sem conhecimento confiável e, principalmente, sem esforço coletivo da sociedade, poderemos nos encontrar na triste posição de não termos salvado tantas vidas quanto poderíamos e colhermos uma economia ainda mais fragilizada no médio prazo”, alertam os cientistas. 

Soares é diretor de Inovação da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) e tem acompanhado os trabalhos de diversos cientistas cearenses sobre o assunto. Soares e Babadopulos, colaboradores frequentes em modelagens de materiais e estruturas, se debruçaram desta vez sobre o espalhamento da COVID-19 no Ceará, em sintonia com o esforço de um grupo de pesquisadores cearenses focado em modelos epidemiológicos mais avançados.

Professor Lucas Babadopulos (Acervo pessoal)comunicado foi elaborado para explicar com clareza o cenário atual. As conclusões contrapõem algumas previsões que circulam em redes sociais e tentam justificar um afrouxamento das medidas de distanciamento social em pouco tempo.

“Nas semanas anteriores, estivemos parcialmente isolados (cerca de metade dos cidadãos). Se houver uma saída abrupta do isolamento, conforme sugerido por alguns, muda-se automaticamente a taxa de novas infecções”, alertam, lembrando que, no início da pandemia em Fortaleza, cada pessoa infectada contaminava entre 3 e 4 pessoas. Atualmente, essa taxa é de 1,2, o que indicaria que o Estado estaria em situação muito pior se não tivesse adotado as medidas restritivas das últimas semanas. 

Os pesquisadores são sempre cautelosos ao citar a necessidade do uso de dados mais recentes e ao considerar a subnotificação e os atrasos nas confirmações das mortes. Os dados estão-se alterando permanentemente, com impacto direto nas previsões das semanas seguintes. Por isso, advertem que, mantendo-se o cenário atual, o Ceará deve atingir neste mês os índices mais altos de contaminação.

De acordo com o comunicado, diferentemente do que se costuma dizer, não será um “pico”, mas um “platô” (um índice alto que deve permanecer ao longo de algum tempo para, só então, começar a ceder). “O nível que estamos experimentando de mortes, mesmo em cenário otimista, deve durar pelo menos 3 a 4 semanas”, dizem.

O documento faz ainda mais um alerta. Após o platô, não há dados que sugiram a possibilidade de saída do isolamento de forma segura. A tendência, de acordo com a literatura internacional e com o que vem sendo observado no Ceará, é que ocorra uma segunda onda de contaminação.

A intensidade dessa onda pode ser administrada dependendo das políticas de retomada adotadas, de modo que os impactos na sociedade sejam minimizados. Ou seja, será preciso dosar a liberação das atividades econômicas (com consequente infecção de algumas pessoas) à capacidade do sistema de saúde.

O comunicado de Soares e Babadopulos foi avaliado e encorajado por dois outros pesquisadores da UFC que se têm debruçado sobre o tema: o Prof. José Soares, do Departamento de Física da UFC, cientista-chefe de Dados do Ceará que tem desenvolvido alguns dos melhores modelos preditivos no Estado; e o Prof. José Xavier, da Faculdade de Medicina, que também é cientista-chefe da Saúde do Ceará. Os dois trabalham com nível maior de complexidade, o que é essencial para dar suporte à adequada tomada de decisão no Ceará, porém de difícil acesso ao público geral.

Fontes: Prof. Jorge Soares – e-mail: jsoares@det.ufc.br; Prof. Lucas Babadopulos – e-mail: babadopulos@ufc.br